A historia de Alice no País das Maravilhas é, sem dúvida nenhuma, minha predileta desde que ouvi uma história na minha infância.
Continua até hoje sendo minha historia preferida, pois é muito mais que um conto de fadas.
É uma odisséia onde a criança luta para se tornar adulta e ao mesmo tempo, luta para não perder a magia que a imaginação infantil tem a oferecer.
Tim Burton tem estilo próprio e mesmo interpretando um clássico como este ele se faz totalmente presente.
Alguns dizem que é um filme sombrio, eu de minha parte, gostei muito.
É assim que os sonhos são: turvos, muitas vezes escuros e apenas aquilo que realmente é importante para nossa mente se destaca em cores fortes e vibrantes como se para chamar a atenção em meio ao ambiente obscuro e confuso dos pensamentos.
A mente humana é cheia de armadilhas e Tim Burton sabe como ninguém transformar idéias em imagens compreensíveis.
Johnny Depp, companheiro de muitas outras películas de Tim Burton é a escolha exata para o papel de Chapeleiro Maluco.
“Eu sou maluco, você é maluco, aqui todos somos malucos”.
Essa é a Underland, onde os malucos são a parte boa da história e não fazem caso das convenções sociais em detrimento da diversão. Onde os animais falantes são muito mais que coadjuvantes, onde os sonhos se reconhecem.
Acho que este filme coloca muito bem a posição do autor Lewis Carroll que defendia uma sociedade livre de tantas convenções sociais, de crianças sendo criadas com a força do moralismo em detrimento da imaginação.
Os sentimentos colocados de lado a favor do dinheiro, as mulheres tratadas como peças de luxo de um mobiliário familiar a serem passadas ou repassadas conforme as necessidades e interesses financeiros.
O filme visualmente é incrível e trás as melhores técnicas de manipulação de imagem a serviço da história que está contando.
Como sou fã dessa história desde sempre, posso afirmar que não me decepcionei em quase nada.
Gostei muito da forma como o roteiro foi trabalhado, muito mesmo do visual onírico e da compatibilidade dele com a história original.
Antes de o filme ser lançado, li muitas resenhas e sinceramente não encontrei a Rainha Branca manipuladora nem o Chapeleiro Sombrio, muito menos encontrei algum tipo de moralismo que contrariasse as idéias do autor.
O que vi foi uma historia clássica contada de forma inovadora.
Um ponto negativo ficou paras as dancinhas do Chapeleiro e posteriormente de Alice, muito Shrek pro meu gosto.
Podia mesmo ter passado sem isso.
De resto, acho que o filme faz jus à história.
Uma homenagem às pessoas excêntricas, criativas e com o rumo de suas vidas definidas por elas mesmas e não pela expectativa dos outros.
andrea.gaia
Meu personagem favorito em destaque: Cheshire cat: