Tenho tido uns entreveros ultimamente.
Tudo por causa dela, minha musa inspiradora, que me faz gostar de viver : A Liberdade.
Questão aparentemente trivial ou por outro lado esotericamente filosófica dependendo de quem ouve.
Pra mim é questão fundamental. Viver sem amor e sem liberdade não é viver, é uma existência apenas.
Existir não é viver.
Existir é estar presente no plano material sem necessariamente estar realmente Vivo.
Eu conheço um montão de gente que existe e não vive. Passa pelo tempo adquirindo coisas, colecionando histórias sem ter sequer a percepção das coisas.
Então a diferença entre viver e existir, pra mim, é a percepção da vida, dos outros, da história. Viver é estar presente de fato, interagindo com o mundo e com as pessoas conscientemente.
É aí que o Amor entra.
Ele é quem nos dá a percepção das coisas porque exige atenção. Não existe amor sem atenção.
Uma pessoa desatenta não consegue amar de verdade como o amor quer : incondicionalmente.
Pra ser incondicional tem que ser consciente ou haveria de querer de mais, exigir, tomar e deixaria de ser amor passando a ser apego.
Existem pessoas que se apegam as coisas e acham que estão amando. Apego não é amor, apego é carência, é a percepção de estar só no mundo. Por isso as pessoas se apegam, dá aquela sensação de estar acompanhado.
Sensação não é percepção, se fosse o apego se transformaria em amor.
Bom até ai mais ou menos certo.
A capacidade de amar é inata, já que precisamos sobreviver.
Se não se consegue amar de verdade, sempre tem o simulacro Apego pra disfarçar e a existência continua.
Já a Liberdade, essa é danada. Não é dada a todos, existe em muitas formas.
As vezes tem que ser conquistada, as vezes ela nunca vem.
O mundo moderno cada vez mais nos aprisiona em nossas necessidades e junto a isso exige que você abra mão de um pouquinho de sua liberdade.
A vida hoje é pública. E não adianta ficar se esforçando para não ter seus preciosos dados, fotos, fatos, enfim, alguma coisa de sua vida terá um aspecto público devido a informatização.
O nome em uma lista de concurso, uma foto inesperada no perfil de algum amigo, notas da escola, etc.
Aquela liberdade de existir discretamente acabou. Fato e ponto.
Mas tem a liberdade interna, que briga pra viver.
Essa depende exclusivamente da vontade daquele que opta por viver ou por existir.
Na minha opinião não dá pra viver sem ela. Você consegue existir, seguir a manada, casar, comprar o carro novo, formar uma família, mas te juro nunca vai passar disso. Quem só existe evita a percepção, de forma que não ama, tem apego. Não cria coisas, apenas copia o que existe. Segue idéias pré estabelecida de como existir, ter dinheiro, sucesso.
O Amor exige Liberdade, pois sem ela não há escolha.
A Liberdade exige Percepção, não aceita qualquer receitinha de marketing simulando ser feliz, ser amado, Ser Tendo.
Sem Amor, Percepção e Liberdade ninguém É, Existe apenas.
A doença do medo
OSHO
Existem diferentes formas de medo, aquele que tem uma razão de ser evidente, quando nossa vida está sendo diretamente ameaçada, e o medo como manifestação de uma doença psicológica.
Neste caso, o medo não se apresenta como reação a uma ameaça real, concreta e imediata, mas é simplesmente resultado de um estado de preocupação, ansiedade, ou tensão bastante elevados. Sente-se medo de que algo possa acontecer, ou seja, desencadeia-se um estado de pavor simplesmente baseado em uma mera hipótese.
Lutar contra este tipo de medo pode parecer fácil, a principio, visto que não existe qualquer perigo direto, porém, não é uma tarefa tão simples. A mente, ao fixar-se na probabilidade de que algo ruim possa acontecer, gera um desequilíbrio não apenas no nível das emoções, mas também no corpo físico, trazendo como conseqüência doenças reais que podem comprometer a possibilidade de uma vida normal.
Não é de se admirar que nos dias que correm tantas pessoas sofram da chamada síndrome do pânico, uma doença que se caracteriza por um medo difuso, sem causa concreta, que surge como conseqüência de um estado de ansiedade extremamente grave.
A violência que nos é apresentada diariamente nos noticiários de TV só faz agravar ainda mais o estado de paranóia das pessoas que possuem uma tendência a desenvolver esta doença. Evitar o contato com este tipo de programa é a melhor demonstração de amor que elas podem fazer por si mesmas.
Mas o tratamento inclui muitas outras atitudes. O primeiro passo é observar, de modo isento, como a mente atua para gerar o estado de pânico. Sempre que alguém se sentir tomado por esta sensação de pavor, inicialmente deve manter a respiração sob controle, diminuindo o ritmo das inspirações e das expirações. O medo, assim como a raiva, não se sustenta num estado de relaxamento do corpo e da mente.
É fundamental que no dia-a-dia, antes que uma crise se apresente, treine-se a consciência do ato de respirar e, a seguir, se observe a mente, para perceber o seu mecanismo e como os pensamentos negativos tentam impor algo totalmente imaginário como se fosse real.
A meditação tem sido experimentada com sucesso como forma de manter sob controle a ansiedade e os sintomas do pânico. A terapia com as essências florais, bem como a terapia psicológica, principalmente a que trabalha com a liberação de conteúdos emocionais inconscientes, também são de grande ajuda.
Somente a atenção permanente sobre si mesmo permitirá perceber de modo claro quando o desequilíbrio estiver se instalando, e sair em busca de ajuda para libertar-se da doença do medo.
(...)
Observação é meditação... A qualidade da observação, a qualidade de estar consciente, alerta - é isso o que é meditação.
Lembre-se de uma coisa: meditação significa consciência. O que quer que você faça com consciência é meditação... O caminhar pode ser uma meditação, se você caminha alerta... Ouvir os pássaros pode ser uma meditação, se você ouve com consciência. Simplesmente ouvir o barulho interior da sua mente pode ser uma meditação, se você permanece alerta e observador. A questão toda se resume em não se mover atormentado. Então o que quer que você faça é meditação.
O primeiro passo para a consciência é tornar-se muito atento ao seu corpo... E, à medida que você vai se tornando consciente, um milagre começa a acontecer: muitas coisas que você costumava fazer antes, simplesmente desaparecem; seu corpo se torna mais relaxado, seu corpo se torna mais harmonizado. Uma paz profunda começa a prevalecer até mesmo no seu corpo: uma música sutil pulsa em seu corpo.
Depois então, comece a se tornar consciente de seus pensamentos; o mesmo tem que ser feito com os pensamentos. Eles são mais sutis do que o corpo e, naturalmente, mais perigosos também. E quando você se torna consciente de seus pensamentos, você fica surpreso com o que se passa dentro de você. Se você anotar o que quer que passe em sua mente em qualquer momento, você nem pode imaginar que grande surpresa o espera.
Você não acreditará que tudo isso está se passando dentro de você.
E, depois de dez minutos, - você verá a mente louca que existe dentro de você! Como você não está alerta, toda essa loucura vai se movendo como uma corrente subterrânea. Ela afeta o que quer que você esteja fazendo, afeta o que quer que você não esteja fazendo; afeta tudo. E a soma total vai ser a sua vida! Assim sendo, esse homem louco tem que ser transformado. E o milagre da consciência é que você não precisa fazer nada exceto apenas tornar-se alerta.
O próprio fenômeno de observar a mente, a transforma. Pouco a pouco o homem louco desaparece, pouco a pouco os pensamentos começam a cair em um certo padrão; seu caos não existe mais, eles se tornam mais como um cosmo. E então, novamente, prevalece uma profunda paz. E quando seu corpo e sua mente estiverem em paz, você verá que eles estão sintonizados um com o outro, há uma ponte...
Pela primeira vez há acordo, e esse acordo ajuda tremendamente a trabalhar o terceiro passo que é tornar-se consciente dos seus sentimentos, emoções, humores.
Esta é a camada mais sutil e a mais difícil, mas se você puder estar consciente dos pensamentos, então basta apenas mais um passo. Uma consciência um pouco mais intensa é necessária, e você começa a refletir seus humores, suas emoções, seus sentimentos. Uma vez que você ganhou consciência em todos esses três passos, eles se juntam todos em um fenômeno.
E quando todos esses três se tornam um - funcionando juntos perfeitamente, zunindo juntos, você pode sentir a música de todos três; eles se tornam uma orquestra - então, o quarto, aquilo que você não pode fazer, acontece. Acontece por sua própria conta. É um presente do todo, e uma recompensa para aqueles que passaram por esses três.
E o quarto é a consciência definitiva, que o torna a pessoa acordada. Ela torna-se consciente da própria consciência - este é o quarto...
O corpo conhece o prazer, a mente conhece a felicidade, o coração conhece a alegria; o quarto conhece o êxtase.
A coisa importante é que você seja um observador, que você não tenha se esquecido de observar, que você vá observando... observando.... observando.
E, pouco a pouco, à medida que o observador se torna cada vez mais e mais sólido, estável, seguro, uma transformação acontece. As coisas que você esteve observando desaparecem. Pela primeira vez, o próprio vigia se torna o vigiado, o próprio observador se torna o observado. Você chegou em casa.
Osho, Meditação, A Primeira e a Última Liberdade.