domingo, dezembro 02, 2012

Gira Mundo- O retorno

Fui fazer minha viajem dos sonhos e como quase tudo na vida saiu tudo diferente do que eu havia planejado.

Decepção?

Até que não, perdi o navio pra Irlanda mas consegui ter o equilíbrio emocional para superar e seguir a diante.

Aconteceu o seguinte:

Eu havia planejado passar em dois países de origem Celta: a Irlanda e a Galícia na Espanha.
Não deu nem um nem outro.

No caso da Irlanda "forças ocultas" me tiraram do caminho.



Primeiro o trem que me levava à Cherbourg na França atrasou e depois quebrou. Chegamos 30 mim depois do Navio que nos levaria à Irlanda ter partido.

Fiquei meio pasma, trem quebrando na Europa? Muito improvável mas não impossível.
No primeiro momento fiquei chocada, depois pensei bem: O quê, eu sai do Brasil pra me divertir se eu ficar aborrecida assim logo de cara lá se vão minhas férias!

Tive inteligência emocional acima do esperado, meu pai ficou muito preocupado de eu ficar transtornada e aborrecida a ponto de ter um piti, mas logo viu que esse não seria o caso.

Resolvi aproveitar uns dias na Normandia já que estava lá. 



Gostei muitíssimo e pretendo voltar, Cherbourg é uma cidade muito interessante, com temas náuticos e história de montão pra contar.

No caso da Galícia, resolveram que era melhor eu conhecer Lisboa e deixar a Galícia para outra oportunidade.


Como podem ver, não tinha jeito era isso e pronto.Como no caso da Irlanda lidei com isso de forma exemplar e provei pra mim mesma que não sou uma "menina mimada".

Enfim, esse lugares não vão fugir do lugar, a menos que o mundo acabe mesmo, rsrs. 

Pretendo ir visitá-los em outra ocasião e em outra companhia.

Não desprezando a companhia do papai, mas ele é muito católico e ia querer ver o lado católico desses países e eu estou é atras de suas origens celtas. Melhor ir com gente que também goste do assunto.

Enfim, nem tudo deu errado.


Conseguimos encontrar nossos parentes nos Alpes Franceses. Eu achei que meu primo francês se parece muito com meu pai.

Ele ficou em êxtase, o que já valeu a viagem toda.

Foi uma aventura e tanto, e da mesma forma que tudo deu errado com a Irlanda, tudo deu certo com a  nossa busca em Clery.

Era de fato muito improvável encontrar alguém da família e confirmar os registros de nascimento que meu pai conseguiu da Igreja, registros de batismo e casamento. Mas quando fomos a Prefeitura, eles tinham os registros civis desde 1700 e nos mostraram o livro onde minha bisavó havia se casado.







Muito organizados esses Europeus, um exemplo a seguir.

Primeira luta: encontrar Clery.


Tínhamos os do Google e do site da commune.

Ficamos hospedados em Albertville, lugarzinho encantador, uma estação de esqui.Como era verão, mesmo com a temperatura chegando aos -1°C a cidade estava vazia.
Ninguém por lá ouvira falar de Clery, e agora?

Frontenex, essa sim. Tinha um trem pra lá de Albertville.


Meu pai parecia enlouquecido e quis sair sem tomar café, tava com o "diabo no corpo", rsrs
Chegamos bem cedo em Frontenex. A cidade era uma subida só.

Com a barriga vazia e um frio de rachar fomos subindo a rua principal e chegamos em uma espécie de boteco. Lá ninguém sabia de Clery, afê.

O interessante é que não serviam nada para comer, só bebidas.
Tinha um monte de homens bebendo álcool as 8 da matina. O bom é que lá também serviam um delicioso chocolate quente.



Verdade, acho que é o tal leite dos alpes, o chocolate fica grosso e ajudou muito na subida pra Clery.

Por fim, andando e perguntando conseguimos uma pista: era só continuar subindo até o mundo acabar que a gente chegava.

Fomos nós, subindo, subindo a montanha lê-ri-a-hoo... rsrs

Clery é uma comunidade rural que fica no alto de Frontenex. Nota, fomos a pé pois não tinha nenhum ônibus ou coisa parecida pra nos levar.

Subimos um caminho que mais parecia a floresta de Sherwood. Muito bonito, muito íngreme ...há se não fosse o chocolate quente e o frio a gente não chegava.









Lá no alto a primeira pessoa que encontramos foi o Gerard, coincidentemente nosso parente. Se é que coincidências existem.






Depois encontramos um casal muito simpático que nos mostrou a igreja, construção Celta que virou barreira romana e depois igreja católica.







O bom é que foram construindo uma coisa ao lado da outra e a gente tem a oportunidade de ver todas as fases da construção.

Do alto pode-se ver o Mont Blanc, que esta verde, nevado só nas pontas.

De forma que minha busca pelos celtas não foi totalmente perdida.
Eu encontrei os descendentes dos celtas que construíram e habitaram aquela comunidade milenar.








Melhor, encontrei a minha raiz celta, documentada e eternizada pelos monumentos funerais dos meus ancestrais que viveram nessa terra desde sempre e são a maioria da população das 124 pessoas que vivem lá!


Não desisti de conhecer a Irlanda.
Ilha Esmeralda me aguarde que um dia eu vou chegar.






domingo, agosto 19, 2012

GiraMundo: A rota



Esse ano finalmente vou fazer uma rota que vai me levar por países que já foram nações Celtas.
A Rota:
1º Semana: Bavária, Munique-Alemanha;
2° Semana: Dublin- Irlanda;
3° Semana: Chergurg, Albertville, Clery, Paris-França;
4º Semana: Milão, Verona,Pádova, Veneza-Itália e de volta a Munique;
5º Semana: Lisboa, Porto-Portugal e Santiago de Compostela,Galícia-Espanha.

Irlanda, França, Alemanha,Portugal e finalmente a Galícia(Espanha), berço da nossa língua mátria:o Português.


É interessante notar como o simbolismo de cada tribo-nação era expresso. Uns  em forma de ondas outros em forma de conchas. etc.


O legal é perceber que mesmo geograficamente distantes, essas culturas tinha muito em comum, sinal de que se comunicavam e trocavam informações.
Se me perguntarem o porque dessa fascinação pelo mundo Celta, eu digo na lata: foi uma civilização ligada fortemente ao Druidismo e consequentemente ligada a Terra e a Natureza, motivos da minha paixão.



Se tem uma causa que me tira da preguiça e me faz levantar bandeiras é a Ecologia Profunda. Isto é, acredito firmemente que a humanidade está conectada a Terra, nosso planeta e nosso único lar.


Nas culturas anteriores a romanização, a religião pregava que a natureza era sagrada e tudo era feito seguindo seus ciclos e respeitando os ecossistemas habitados por elas.


Depois da romanização e consequentemente cristianização dessas nações os valores de respeito e harmonização entre homem-natureza perdeu-se.


A humanidade, agora Antropocêntrica, tornou-se dona da natureza pregando que tudo que existe na Terra, existe para nos servir. Plantas, animais, até mesmo o solo, revirado para mineração. 



 Acho que essa desconexão tornou nossa civilização esquizofrênica e cruel.


Nós não somos donos de nada, só passamos por aqui. Uns desastrosamente e totalmente inconscientes do que realmente é a Vida.


Seguem padrões pré-estabelecidos por um sistema que quer consumidores ao invés de seres humanos.




Gosto de brincar com minhas amigas dizendo que não nasci para casar, lavar, passar, procriar, envelhecer e morrer, me referindo ao que na minha opinião é a forma de viver mais entediante e alienada :ser uma comportada esposa preocupada apenas com meu lar ou ser uma workaholic transtornada pela ânsia de sucesso e poder no trabalho e na vida.



Aliás, sucesso pra mim é ser feliz e ser feliz é vivenciar minhas convicções.


Como minha mãe sempre diz: "eu não tenho arrumação", rsrs, porque estou sempre me metendo em encrencas para defender meus pontos de vista e acabo ficando pra trás em minha vida profissional, já que tudo pra mim tem que estar de acordo com minha filosofia de vida.


Já me acostumei a ser a tal ovelha negra. Confesso ter um prazer maquiavélico em ser do contra, principalmente se o tema em questão refere-se ao meu arcabouço filosófico.



Então, para um cidadão ocidental, religioso, que acredita firmemente no chavão Família, Propriedade e Tradição eu devo parecer algum tipo de pessoa tresloucada, o que só me faz mais feliz, já que desejo ser exatamente oposto das tradições impostas.



Os povos celtas eram assim. Rejeitaram com energia as imposições dos Imperialistas Romanos.

Os Irlandeses conseguiram a façanha de misturar sua cultura Celta com o Cristianismo, criando um dos mas belos sincretismos religiosos. Pelo menos do ponto de vista artístico, que é o que realmente me interessa.


A Arte é o que nos faz mais que animais falantes.


 A Arte nos faz seres sublimes, nos aproxima de sermos aquele seres celestiais e espirituais que muitas pessoas buscam em sua religiosidade.
Então é isso. O que eu procuro nessa minha viagem não é saudosismo, não é buscar paz em religiões pagãs esquecidas pelo tempo.
O que procuro é o sublime, o legado artístico e cultural do povo Celta.

Rebeldes que admiro, e por coincidência ou não, sou descendente.

Minha admiração e curiosidade vieram antes de eu saber disso, mas foi muito legal saber que meu avô nasceu em uma milenar aldeia Celta nos Alpes franceses, Clery, por onde devo passar também.







Na verdade, todo brasileiro tem um pouco do povo celta dentro de sí. Somos todos praticamente de alguma forma descendentes dos Portugueses que tem na formação de seu povo um forte legado celta.






Será uma viagem bem pessoal e vou repartir aqui no blog com quem quiser.




Afinal, não existe graça nenhuma em viver e ter coisas se a gente não tem com que dividir e compartilhar. Isso também são coisas que me fazem extremamente feliz.

Não tenho dinheiro para levar todos os meus amigos junto comigo, mas tenho como dividir lembranças com quem desejar.









Bon voyage!





domingo, agosto 05, 2012

Gaia- o meu grande amor - TERRA



CUIDE


"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento. 


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento"
Vinicius de Moraes




Entenda

Muitas pessoas hoje associam a Teoria de Gaia  com a Nova Era, temas pagãos ou paranormais. Na verdade, quando foi proposto pela primeira vez Gaia não tinha nenhuma dessas associações. Era - e ainda é - uma teoria popular respeitável.
James Lovelock

O cientista mais associado com a Teoria Gaia é James Lovelock. Ele expôs pela primeira vez a hipótese de em 1972 na revista revista Atmospheric Environment.
Essencialmente, mostra a Terra não como uma coleção de sistemas distintos, mas em um nível mais holístico. O nosso planeta e toda a vida nele é parte de um enorme sistema de auto-regulação.

Para Lovelock Gaia é  definida como:

"Uma entidade complexa envolvendo a biosfera da Terra, a atmosfera, os oceanos, e solo; a totalidade constituindo um sistema de feedback ou cibernético que busca um ambiente físico e químico ótimo para a VIDA neste planeta"
Assim, a vida e os efeitos colaterais da vida influenciam e são influenciadas pelo ambiente. Isso cria um mecanismo de feedback que é em grande parte auto-regulador. 
É interessante notar que uma vez que a vida na Terra começou o calor do sol aumentou em 25%. No entanto, em todo o tempo que a temperatura da superfície do real manteve-se quase constante. Isso sugere que deve haver alguma forma de mecanismo de controle.

A teoria Gaia sugere que o ambiente abiótico e biótico é composto de muitas inter-relações complexas;
Muitos destas inter relações são bastante delicadas e podem ser alteradas pela atividade humana para um ponto de ruptura.
A teoria sugere que os seres humanos devem aprender a respeitar Gaia, reduzindo a sua modificação intencional de componentes bióticos e abióticos da Terra.

                        James Lovelok e uma escultura de Gaia

Nosso planeta possui um tipo de inteligência organizada. Ele é muito diferente de nós. Ele teve cinco ou seis milhões de anos para criar uma mente que funciona lentamente, que é feita de oceanos, rios, florestas e gelo. Ele está se tornando consciente de nós, a medida em que nos tornamos conscientes dele. E porque a vida de um depende da vida do outro, temos um sentimento sobre essa imensa, estranha, sagaz, velha, neutra, esquisita coisa, e tentamos descobrir por que seus sonhos estão tão atormentados, e por que tudo está tão desequilibrado. 




Ame


Eu sou um leão de fogo
Sem ti me consumiria
A mim mesmo eternamente
E de nada valeria
Acontecer de eu ser gente
E gente é outra alegria
Diferente das estrelas...

De onde nem tempo, nem espaço

Que a força mãe dê coragem
Prá gente te dar carinho
Durante toda a viagem
Que realizas do nada
Através do qual carregas
O nome da tua carne...

Terra! Terra!
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?...
Caetano


*fontes diversas, sem expressão total de seus conteúdos.





andrea.gaia

domingo, julho 29, 2012

Um Partido que vale a pena?


O Partido Pirata, criado na Suécia com objetivo de empenhar-se em causas como Internet Livre, direito ao acesso livre e gratuito de conteúdos culturais chega ao nosso Brasil.
Nessa excelente entrevista com o fundador do Partido  Rick Falkvinge veiculado pelo site Olhar Digital, explica o porque da luta pela comunicação livre e também como isso afetará o futuro das economias de países como o nosso.
A informação livre aumenta exponencialmente o poder do cidadão comum e faz com aqueles que nos representam saibam o que queremos, sem precisar de intermediários.
Só espero que, como outros partidos, não se deixe levar pelo fascinante poder que a politica trás e se transforme em mais uma decepção.

Como a esperança é a última que morre, tenho fé nessa causa.

Abaixo o vídeo com a entrevista. 

É realmente imperdível pra quem se importa com os destinos e o futuro da humanidade nos próximos anos.

domingo, julho 08, 2012

O tempo da falta de imaginação, bicho grilo e morgação



Pra mim esse 2012 tá parecendo o fim do mundo mesmo.
Parei de fazer ginástica e caminhar: muito cansada;

Da Yoga eu não largo, é descanso, terapia.

Parei de escrever, fotografar, photoshopar, enfim, minha criatividade e disposição deram um basta em tudo e me obrigaram a parar.

Não sei se é bom ou ruim, mas quero que o mundo se acabe em barranco pra eu poder me apoias, haha
Preguiça?
Vai ver é.
Preguiça de viver , isso sim é meio depressivo. Mas não me sinto triste, depressiva, só exausta.

Cabô a vontade de invensionar.
Vamos com aquilo que já existe e pronto.
Bem passivo, sem muitas emoções.

Facebook é o cúmulo da passividade.Você curte e não precisa explicar.


Você repete frases e idéias bacanas dos outros e não precisa pensar.

Ficar parado ouvindo música também serve.
Parado mesmo, deitado, de olhos fechados.
Vai dando um soninho...

Isso porque estou quase no ponto de ir viajar.

Então me dedico a ficar olhando os sites das lojas onde pretendo me esbaldar, o que também é uma ideia muito morgada.Chegando lá a coleção já passou, wherever.

O que eu tenho é mais que preguiça, é um estado de morgue que só os bicho grilo da vida conseguem entender.


Bicho grilo é um tipo de gente que nasceu na década de 60 e 70 e tentou copiar os ideais hippies, mas sem nenhuma intenção política.

Aliás politica aqui não se aplica, de jeito nenhum.

Todo bicho grilo é anarquista e quer que o sistema se exploda junto com o fim do mundo de 2012.

É gente que gosta de natureza, de abraçar árvore, de ficar a toa se fazer nada, que é o tal de morgar.

Essa criançada High Tech (os de 80 e 90) não sabem o sabor do morgar.
Acham que quem fica sem dormir é foda.

Foda mesmo é conseguir ficar sem fazer nada e não se sentir culpado.
Há, eu quero ver você aí garotão fera em vídeo game conseguir ficar assim paradinho olhando as nuvens passarem pra lá e pra cá, sem ação pra expurgar sua adrenalina.

Isso é controle da mente, ou na versão bicho grilo é morgação.
Bom, eu também adoro e sou viciada em um gadget. Só que eu os uso com um HD Externo pra minha mente ficar livre e descansada sem ter que ficar lembrando daquele compromisso chato, etc.

Aliás, eu acho que o grande favor que a informática fez a humanidade foi nos livrar da necessidade de decorar coisas que um simples apertar de botões resolve.

Pra mim o importante no conhecimento é a compreensão global das coisas.
Detalhes, tipo decorar tabela periódica, citações, tabuada são adestramentos mentais.
É aí que dormir bastante e ficar morgando entra.
Sua mente está sempre relachada e lá no fundo processando coisas importantes sem você saber.

Tem gente que fica intrigada com minha rapidez em resolver problemas. É que como estou sempre num estado blasé ( sem ligar pra quase nada , só observando) quando tenho que entrar em ação a coisa flui rapidamente, quase sem eu ter que pensar.

Conclusão:
Há tempo de criar e aprender e a tempo de digerir e observar.



Se o mundo não acabar, espero sair dessa letargia depois que eu voltar de viagem.


Afinal se 5 semanas rodando Europa a fora não me fizerem despertar, é porque o mundo vai acabar mesmo.


Pelo menos o meu, cruzes! rsrs




andrea.gaia