Esse ano finalmente vou fazer uma rota que vai me levar por países que já foram nações Celtas.
A Rota:
1º Semana: Bavária, Munique-Alemanha;
2° Semana: Dublin- Irlanda;
3° Semana: Chergurg, Albertville, Clery, Paris-França;
4º Semana: Milão, Verona,Pádova, Veneza-Itália e de volta a Munique;
5º Semana: Lisboa, Porto-Portugal e Santiago de Compostela,Galícia-Espanha.
Irlanda, França, Alemanha,Portugal e finalmente a Galícia(Espanha), berço da nossa língua mátria:o Português.
É interessante notar como o simbolismo de cada tribo-nação era expresso. Uns em forma de ondas outros em forma de conchas. etc.
O legal é perceber que mesmo geograficamente distantes, essas culturas tinha muito em comum, sinal de que se comunicavam e trocavam informações.
Se me perguntarem o porque dessa fascinação pelo mundo Celta, eu digo na lata: foi uma civilização ligada fortemente ao Druidismo e consequentemente ligada a Terra e a Natureza, motivos da minha paixão.
Se tem uma causa que me tira da preguiça e me faz levantar bandeiras é a Ecologia Profunda. Isto é, acredito firmemente que a humanidade está conectada a Terra, nosso planeta e nosso único lar.
Nas culturas anteriores a romanização, a religião pregava que a natureza era sagrada e tudo era feito seguindo seus ciclos e respeitando os ecossistemas habitados por elas.
Depois da romanização e consequentemente cristianização dessas nações os valores de respeito e harmonização entre homem-natureza perdeu-se.
A humanidade, agora Antropocêntrica, tornou-se dona da natureza pregando que tudo que existe na Terra, existe para nos servir. Plantas, animais, até mesmo o solo, revirado para mineração.
Acho que essa desconexão tornou nossa civilização esquizofrênica e cruel.
Nós não somos donos de nada, só passamos por aqui. Uns desastrosamente e totalmente inconscientes do que realmente é a Vida.
Seguem padrões pré-estabelecidos por um sistema que quer consumidores ao invés de seres humanos.
Gosto de brincar com minhas amigas dizendo que não nasci para casar, lavar, passar, procriar, envelhecer e morrer, me referindo ao que na minha opinião é a forma de viver mais entediante e alienada :ser uma comportada esposa preocupada apenas com meu lar ou ser uma workaholic transtornada pela ânsia de sucesso e poder no trabalho e na vida.
Aliás, sucesso pra mim é ser feliz e ser feliz é vivenciar minhas convicções.
Como minha mãe sempre diz: "eu não tenho arrumação", rsrs, porque estou sempre me metendo em encrencas para defender meus pontos de vista e acabo ficando pra trás em minha vida profissional, já que tudo pra mim tem que estar de acordo com minha filosofia de vida.
Já me acostumei a ser a tal ovelha negra. Confesso ter um prazer maquiavélico em ser do contra, principalmente se o tema em questão refere-se ao meu arcabouço filosófico.
Então, para um cidadão ocidental, religioso, que acredita firmemente no chavão Família, Propriedade e Tradição eu devo parecer algum tipo de pessoa tresloucada, o que só me faz mais feliz, já que desejo ser exatamente oposto das tradições impostas.
Os povos celtas eram assim. Rejeitaram com energia as imposições dos Imperialistas Romanos.
Os Irlandeses conseguiram a façanha de misturar sua cultura Celta com o Cristianismo, criando um dos mas belos sincretismos religiosos. Pelo menos do ponto de vista artístico, que é o que realmente me interessa.
A Arte é o que nos faz mais que animais falantes.
A Arte nos faz seres sublimes, nos aproxima de sermos aquele seres celestiais e espirituais que muitas pessoas buscam em sua religiosidade.
Então é isso. O que eu procuro nessa minha viagem não é saudosismo, não é buscar paz em religiões pagãs esquecidas pelo tempo.
O que procuro é o sublime, o legado artístico e cultural do povo Celta.
Rebeldes que admiro, e por coincidência ou não, sou descendente.
Minha admiração e curiosidade vieram antes de eu saber disso, mas foi muito legal saber que meu avô nasceu em uma milenar aldeia Celta nos Alpes franceses, Clery, por onde devo passar também.
Na verdade, todo brasileiro tem um pouco do povo celta dentro de sí. Somos todos praticamente de alguma forma descendentes dos Portugueses que tem na formação de seu povo um forte legado celta.
Afinal, não existe graça nenhuma em viver e ter coisas se a gente não tem com que dividir e compartilhar. Isso também são coisas que me fazem extremamente feliz.
Não tenho dinheiro para levar todos os meus amigos junto comigo, mas tenho como dividir lembranças com quem desejar.
Bon voyage!